SOMBRAS SOMENTE

31 janeiro, 2010
  MADRUGADA

Há muito que eu não passava a madrugada de sábado em casa perambulando pelos corredores, quartos, cozinha... Que não passava madruga alguma, na verdade. Resolvi então escrever um pouco, não sem antes dar uma ligada na TV onde quiçá houvesse algo bom para ver. Era o ‘Altas Horas’ do Serginho Gosma. De cara escuto um jovem participante indagar à Cláudia Leite se ela ‘pousaria’ para a ‘Playboy’. Imediatamente desliguei o aparelho. Não há mesmo vida inteligente na madrugada, como eu já desconfiava. Ou, pelo menos, não no programa do Serginho. Ademais o ‘pousaria’, o que essa cantora tem a oferecer à juventude para ser sabatinada num programa ‘inteligente’? Sei lá. Melhor mesmo ir escrever. Antes fui, todavia, verificar quantas cerdas tinha minha escova dental. Pela manhã, durante o almoço e de forma abstrata, havia calculado por volta de 150. Contando (tarefa espinhosa) verifico ser como certa a conta de 164 cerdas. Até que não estava tão errado. Jogo então um ‘Stravinsky’ e abro o Word. Mas, aimeudeus, escrever sobre o que? O poema anunciado na última postagem? Não. Muito cansativo. Política? Credo cruz. Quem agüenta? Talvez falar um pouco sobre o Amor. Muitos me pedem através de e-mails para postar a matéria por mim prometida sobre esse tema e acabo dando falta do meu cinzeiro de imbuia que deveria estar no lado direito da escrivaninha. A ignóbil da doméstica deve tê-lo limpado e não recolocou no lugar certo. Como isso é irritante. Já falei à azêmula que não tire nada do lugar em meu quarto. Que nunca tire nada de dentro dele. Nem barata morta, pois pode ser que eu esteja a colecionar. Não, não. O Amor não existe. É uma farsa cruel inventada por antigos povos bárbaros, maquiada pelos gregos, esquecida depois por séculos e ressuscitada na Idade Média em folhetins romanescos. De passagem é bom lembrar que romântico, romance ou romanesco são palavras que tem origem no ‘vulgar’.
Sim. O Amor é vulgar. Nada há de nobre nele como se acredita. Causa mais tragédias que qualquer outro sentimento e não importa de qual forma ele se apresente. É só ler as páginas policiais de qualquer periódico para me dar um pouco de razão mesmo contra a vontade. E o Amor é só vontade. A vontade da posse. Facilmente abandonaríamos inúmeras coisas queridas se não tivéssemos medo que outros a tomassem, lembrando o douto Wilde.
Ignorância é repetir que quem ama não mata.
Santa ignorância.
O Amor mata tanto o desejoso quanto o objeto de desejo.
“Ana,
Estou tão triste.
Vieram me dizer
Que eu posso até morrer
Por você.”
Há inúmeras formas de Amor. Pelo menos é o que dizem.
Amor fraternal, filial, platônico...
Até quando se vai dar ‘uma’ costumamos dizer que estamos a fazer amor. Interessante é que se essa ‘trepadinha’ for na exótica variante do sexo anal, o lado passivo (não tão passivo) poderia até, sabiamente, observar que amar é tomar no c... E acabo de lembrar o formidável saque do croata Karlovic. É impressionante. A esfera rasga o ar como um foguete. É quase indefensável, mas o Ivo jamais será um campeão. Abusa por demais do ‘underspin’ e não aproveita sua altura para impor um jogo mais próximo à rede e logo o cd entra na faixa da sonata para piano de 1927. Que coisa horrível. Que me desculpem os fãs do Igor, mas essa composição é mesmo lamentável. Stravinsky deve tê-la ‘compreendido’ sentado no vaso sanitário durante uma evacuação melancólica de diarréia, daquelas que fluem como o cair de água em cascata baixa e fina e que causam danosa melancolia ao espírito. Lamentável mesmo, e desligo o aparelho e abro o Youtube.
Busco e boto a tocar o Rod Stewart em “What a Wonderful World” (http://www.youtube.com/watch?v=QmUmhFyic9A). Já assisti a esse vídeo mais de cem vezes. É maravilhoso.
Stewart, despretensiosamente, passeia no palco absorvido pela beleza da melodia. Nem vou falar do arranjo. É preciso assistir para acreditar no que digo.
Continuo a falar de Amor?
Acho que não.
Mas que escrevo então?
Logo me vem o caso do casal Nardoni. Aquele da menina Isabela que teve enorme repercussão ano passado.
O julgamento parece estar marcado para março e todos apostam numa condenação. A mídia quer isso. O povão quer isso. Mas estaremos cometendo uma enorme injustiça. O casal é sim culpado pela morte da menina, mas não a mataram. Uma coisa é ser causa, outra é ser o agente. Se usássemos a Teoria das Probabilidades de Laplace (e outro dia explico essa conta) veríamos que as chances do casal (ou um dos cônjuges) ter atirado a menina janela abaixo seria de uma em mais de um bilhão. Ademais observem o buraco na tela. Observem a economia no tamanho. Igualmente a altura merece atenção. Alexandre não poderia tê-lo feito. Mas quem então atirou a pobre menina? Ah! É melhor deixar como está. Inúmeras vezes a verdade dói tanto quanto a mentira. Ademais o casal é mesmo responsável pela morte da criança.
 
Comments:
Olá, agora que parou e a gora que voltou também parei.
esta é uma pegadinha.
A claudia leite não é pegadinha nem pegadona.
é uma inculta curta e falsa esteral como as semelhantes da Bhaia
 
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