SOMBRAS SOMENTE

20 março, 2007
  O HOMEM É BOM OU MAU?
NOTA:
Peço ao leitor que entenda que tenho poucas linhas para um tema bastante complexo, o que deixará a exposição um pouco enfraquecida principalmente quanto aos fundamentos de algumas argumentações. Ademais se faz necessária uma linguagem menos técnica e mais abrangente. É preciso mesmo lembrar que a matéria é para um blog.


Como o elemento mais intrigante é o mal e não o bem, vamos tentar analisá-lo por primeiro.
O mal parece ser dependente de vários fatores, como tempo e espaço, entre outros.
Muitas atitudes que condenaríamos totalmente em nossa época, já foram plausíveis em outras.
Poderíamos citar a escravidão, como exemplo, que hoje tem forma totalmente odiosa, mas que já serviu a muitos interesses e muitas religiões a mantiveram como legítima.
O mesmo pode ser dito sobre o aborto.
Tirar uma vida pode ser um mal, mas se considerarmos o ato sexual como uma manifestação divina à procriação, até mesmo o uso de preservativos poderia ser concebido como uma maneira de excluir essa vida, como argumenta o catolicismo e que temos hoje como dilema a muitos.
Se considerarmos esse aborto apenas depois da formação do feto, cabe lembrar que a humanidade vem por um considerável crescimento vegetativo e que talvez em mais algumas décadas, abortar passe a ser um benefício social, já que não haverá condições de suportar uma população de várias dezenas de bilhões de habitantes nesse planeta.
Haveremos de concordar que as terras cultiváveis não seriam suficientes para alimentar a todos, entre outros impedimentos.
O mal aparenta a princípio sofrer uma dependência do bem.
Sim.
Parece-me mesmo que todo ato de maldade busca um bem em particular.
Todos estamos de acordo que matar um gato ou um cachorro evidencia uma maldade, mas matar um animal cuja carne nos será benéfica não será da mesma forma considerada esse ato.
Bem gostamos de uma costela de carneiro assada ao fogo brando, e, no entanto, como é triste ver esse animal morrer com o seu aparente e estranho consentimento.
O político que rouba pode estar pensando no bem que fará aos seus familiares com o aumento de suas riquezas.
E até em um crime passional pode ser encontrada alguma forma de ‘justificativa’ para atender anseios do ego.
Eliminar o ser amado através do homicídio visa confortar (oferecer um bem) um espírito angustiado e que sofre por não ser correspondido.
Jamais ousaria dizer que isso é justificável, apenas que assim acontece.
Ou seja, busca-se o mal para atender a um suposto bem.
O mal parece estar intimamente ligado à violência, embora também seja possível encontrar formas violentas no bem.
No polêmico ‘Relatório Hite’, obra que muito me desagrada quanto às opiniões de Shere, a mesma afirma que os animais irracionais não são violentos.
Shere Hite procura com essa ‘verdade’ menosprezar a violência sexual instintiva, oferecida por um de seus entrevistados.
Isso está longe de ser verdadeiro.
Há sim, animais irracionais de instintos violentos.
Os felinos principalmente. O ato sexual entre as onças chega a causar sangrentas seqüelas na fêmea, e todos nós estamos cansados de escutar os pavorosos miados que a gata emite ao copular com seu macho.
Não vejo nem a necessidade de expor os casos em que muitos animais abatem os seus parceiros de cópula após o ato.
Muitos males humanos provêm desse mesmo instinto sexual. Não são poucos os psicólogos que concordarão comigo que a ânsia do poder a qualquer preço serve também para atender de forma individual ‘benéfica’ a esses instintos.
O mal parece ter maior importância que o bem, haja vista que embora o bem aparente uma forma única, o mal se subdivide em mal metafísico, mal físico e mal moral, isso entre outras classificações.
É maior preocupação aos filósofos o mal moral quando numa análise ética do bem.
Para Aristóteles o objetivo da ética era a felicidade, o que não posso concordar, mesmo com grande tristeza devido ao meu imenso amor por ele.
Ora, se a ética tem como objetivo a felicidade, então havemos de considerar que talvez tudo possa ser válido para essa conquista, e muitas vezes, como exemplifiquei anteriormente, se busca o bem ou a felicidade, por meio antiéticos, o que oferece uma contradição à maneira como estudamos e compreendemos a Ética.
Ainda quando ele diz que a excelência moral é o meio termo e o excesso uma forma de erro, parece estar novamente equivocado, pois então eu teria que admitir que ainda na minha moral eu deveria conter alguma supremacia sobre qualquer outra consideração e, no entanto, parece-me bem melhor que eu a tenha acima de todas as outras questões, caso contrário posso colocar-me à mercê da aprovação de algumas injustiças.
Para Aristóteles a virtude é uma prática e que não necessita de conhecimento teórico, o que volto a discordar e ele próprio o faria se percebesse que tal idéia causa algum transtorno à afirmação de que ‘o homem é o produto do meio’.
Acredito firmemente que uma educação adequada pode moldar um homem para o bem.
Quem rebater tal afirmação citando pessoas de grande cultura, inteligência e educação que, no entanto não agiam de forma ética coerente, como Francis Bacon, por exemplo, lembro que tal exemplo é apenas a exceção da regra e que talvez, nesse caso em particular, nem possa ser encarada assim, já que embora seja inegável a sabedoria de Bacon, nenhum de seus biógrafos sustentaria que ele teve uma formação eticamente adequada como recebeu Platão de Sócrates, por exemplo.
É preciso entender que cultura não está interligada à ética e não são poucos os bandidos cultos, e muitas pessoas de saber humilde bem são honestas.
Infelizmente Ética não faz parte de nosso currículo escolar, resultando na formação de doutores que Descartes enquadraria em seu ‘malum epistemicum’. O do falso conhecimento.
A cúpula do nosso Judiciário bem dá crédito às minhas palavras.
Falam em latim e agem latindo.
Sob o ponto de vista religioso, acredito que tanto o Mal como o Bem são de origem divina. Não acreditar nisso, seria declinar da idéia de onipotência. Admitir que há outras forças que concorrem com o Ser Supremo.
Todavia, não quer dizer que isso expõe a idéia de que Deus também deseja o mal. Apenas nos oferece caminhos a escolher.
Claro que não é só isso, mas fica muito difícil expor nessas curtas linhas todas as considerações.
Creio que convém uma rápida referência a essa tão má compreendida terceira figura da Santíssima Trindade, simbolizada por uma pomba. O Espírito Santo.
Parece mesmo que alguns indivíduos são acometidos por esse espírito e se tornam pessoas tão maravilhosas que é quase impossível não encontrarmos uma certa manifestação superior em suas vidas.
Gandhi, Madre Teresa de Calcutá e o filho de Pietro e Pica Bernardone são apenas exemplos máximos e santificados.
Há inúmeros outros desconhecidos, contudo.
Considerando as organizações somáticas acredito, e quiçá sofrerei alguma contestação, que a natureza feminina é superior à masculina quanto às questões éticas e morais.
Tenho por leviana a afirmação de Buda quando diz que “a mulher é má. Cada vez que se lhe apresente oportunidade, toda mulher pecará”.
Bem creio que ele perdeu-se nesse estupendo labirinto que nos oferece a reflexão quando sujeita a condições culturais, religiosas e dogmáticas, e temos mesmo que absolvê-lo por ter vivido numa época em que as ciências mal engatinhavam.
Parece-me mesmo que a Natureza, em sua magnífica manifestação, condicionou a fêmea como mais apto que o macho.
O leão bem procura matar seus próprios filhotes, mas não ousa enfrentar a determinação da fêmea disposta a defender suas crias.
Qualquer pessoa de bom senso terá que admitir que em diferença gigantesca encontram-se maiores males, transgressões, crimes ou outras manifestações igualmente desprezíveis, no homem do que na mulher.
As raríssimas exceções apenas confirmam a regra.
Interessante seria ao leitor pesquisar os poucos e curtos períodos de sociedades matriarcais.
Em uma época da civilização cretense, onde até o sacerdócio era dominado pelas mulheres e reverenciava uma Deusa-Mãe, historiadores são unânimes em afirmar que a vida parecia mesmo ser vivida como num paraíso.
Pessoas de ambos os sexos se confraternizavam como nunca. Festas e celebrações eram diárias. As manifestações artísticas eram voltadas a glorificar a vida em todo o seu esplendor e pintar uma cena de guerra ou algo parecido, chegava a ser grotesco e rejeitado.
Vasos eram adornados com ‘tulipas pendentes de delicadas hastes ou com os alegres saltos das gazelas’, descobriram arqueólogos de tal época.
O azul era cor predominante nas artes plásticas e no vestuário, e é interessante co-relacionar esse fato com a expressão ‘tudo azul’.
Em poucos momentos da História, muitos pesquisadores concordam, o homem foi tão feliz.
Tudo no universo aparenta ter uma contrapartida, se assim posso dizer.
O côncavo e o convexo. O prazer e o sofrimento. O doce e o amargo. O bem e o mal. O homem e a mulher.
Finalizo então concluindo que o homem é mau e a mulher é boa.
Acredito mesmo que o sexo masculino tem um certo instinto violento que determina posturas maléficas, embora eu não saiba explicar exatamente o ‘interesse’ que possa ter motivado tal diferença.
Garotos bem matam gatos por brincadeira.
Dificilmente as meninas o fazem.
Então o problema é insolúvel ou imutável, poderia alguém afirmar.
Não.
Não há nenhum motivo para o pessimismo ou uma aceitação passiva dessa possível verdade.
Não há nada que uma boa educação não resolva.
Deus, ou a Natureza se assim preferir, nos oferece falsos antagonismos. Estamos repletos deles.
Nos oferece constantemente opostos para serem atraídos.
E lembro que um diamante quando em pedra bruta, pouca beleza tem.
É preciso um bom ourives para lapidá-lo e dar-lhe forma magnífica.
O homem, com sua crosta de ignorância e crueldade, é esse diamante em sua forma bruta.
Talvez a mulher seja o ourives que ele necessita.
Creio mesmo que seja.
 
Comments:
Olá Sombra...
Boa tarde, gostei muito do que tem escrito no seu BLOG, pode ter certeza que sempre irei dar uma olhada nas novidades.
Concordo com o que você disse sobre o homem, infelizmente nem todos pensam da mesma forma.
Acho que temas assim devem ser mais comentados entre as pessoas infelizmente são muito poucas as pessoas que tem cultura suficiente para abordar tal assunto.
Espero que possamos ser bons amigos.
Caso queira, pode me add no meu orkut.

Um forte abraço!!!

Marcos Morandi
 
Pura verdade esse texto!!!
Ja estou com saudade dos seus textos!Puxa!
O que é bom dura pouco!
Bjo
 
Tenho que concordar com vc num ponto..." as mulheres são boas".
Pensando bem, nem todas.
Mas ta valendo.
Abraços do mano Herege
 
Olá Sombra,
estava devendo está visita.
Esse é um assunto bem complexo, mas tbm se quisermos pode ser mais simples do que parece.

Infelizmente o homem bom não é destacado pelos poderosos.
E o mal é mostrado como bom.
O poder ainda toma conta do povo que nem sempre sabe distinguir uma forma tão simples da vida, que é ser bom.
O nosso mundo sería tão lindo se todos fossem educados p ser bons e fazer o bem.
Um beijo grande p ti.
Maria Claudia
 
Acho que relativizar o mal é um boa tentativa de tentar faze-lo parecer o bem, mas ainda assim isso não é o suficiente, apenas uma ilusão.
 
Caro amigo:
Com satisfação volto a ler seus textos. Indentifico neles, e neste em especial, um agregado de boas dúvidas (olha o bom aí!),porque induz à reflexão - não em remotos tempos, mas no produto continuado do passado distante, denominado: hoje. Sobre a idéia do mal estar traduzido e consolidado ou caracterizado no homem, por perversidade minha talvez, eu a deplore. A questão é que me importo com isto e me recuso a aceitar que a Natureza me tenha destinado tamanho papel - aqui supostamente sujo - perante as mulheres ou perante o que deveria ser a minha vida instintivamente (?) feliz.
Esta "defesa em interesse próprio" e confessa dói-me em demasia, ao acordar diariamente com a sensação de que, por mais que eu as necessite, por mais que eu as deseje, por mais que busque acarinhá-las, eu estou a dever às mulheres, sejam elas esposas, mães filhas, amantes,profissionais, etc. Ah! e a Ética? treinamento? Bem pode ser dominação. Um jeito de convívio que preciso ler e compreender? Ou algo que se deve "sentir" muito antes de agir?
Não sei!
Amei o que li, pelo fato de me demonstrar cabalmente, com sua lógica, que a claridade se nota no escuro e que as certezas são prenúncios de novas dúvidas. Ao final de tudo, incomodado com esta divisão "homem/mulher", fico de pé atrás porque tenho a sensação terrível de que brutalizar os homens é a mais nova forma de "cantar" uma mulher e pura maldade masculina. Viu só o contradito confirmando a tese? Que coisa! Eita! nunca vi tanta maldade caindo dos meus impulsos!
Parabéns e muito obrigado pela coragem de se expor e contar seu amor à vida! Ainda que, para alguns, às vezes, isto nem sempre seja perceptível!
 
Cheguei ao blogg fazendo uma pesquisa no Google sobre um serial killer que atrai vítimas no Orkut, não encontrei nada relacionado, mas gostei muito do que li. Os textos são muito bem escritos. Me sinto um "marginal virtual", não estou no Orkut e isso às vezes é encarado com espanto por alguns. Minha filha está no Orkut daí miha preocupação. Li vários textos no blogg mas não li nenhum relacionado ao site de relacionamentos, aí vai uma sugestão: com tanta criatividade e bom humor um texto sobre o tema seria interessante.
 
Muito bom seu texto. Ativa muito bem a reflexão.
Só achei estranho não ter citado motivos suficientes para achar que o homem é mau, e a mulher é boa.
Não concordo quando diz isso. Como você, também acho que o caráter é moldado pela educação. Assim, você acaba entrando em contradição dizendo que os homens são maus e as mulheres são boas.

Realmente, a maioria dos atos violentos dos humanos são causados por homens. mas isso é devido à nossa sociedade machista, não à uma pré-determinação ao mal dos homens. Vejo muitas maldades causadas de maneira sutis por mulheres.

Acho que tanto o homem quanto a mulher são moldados unicamente pela educação que recebem, e não se são XX ou XY.

Mas, mesmo assim, gostei de seu texto... :)
 
Ah... estava me esquecendo...

Há muitas espécies de animais irracionais onde o comportamento violendo é o da fêmea.

Para citar uns poucos casos, temos o louva-à-Deus, que é comido pela fêmea durante o ato sexual. Isso aumenta a chance de sobrevivencia da femea e da prole, pois a femea não precisará sair a procura de comida por um bom tempo. Neste ato, o macho é devorado até restar somente o abdome, que continua copulando, devido a existêânglios nervosos espalhados pelo corpo. Isto faz com que partes do corpo continuem funcionando por um tempo, mesmo depois da cabeça ser arrancada (a primeira parte que a fêmea come é a cabeça do macho). Aliás, a inexistência da cabeça acaba fazendo com que os glânglios trabalhem de modo mais ativo, melhorando o rendimento sexual do que resta do macho.
 
"Sob o ponto de vista religioso, acredito que tanto o Mal como o Bem são de origem divina"

O mal não existe, ou ao menos não existe por si só. O mal é simplesmente a ausência de Deus. É, um termo que o homem criou para descrever essa ausência de Deus. Deus não criou o mal. Não é como a Fé ou o Amor, que existem como existe a Luz e o Calor.
O mal resulta de que a humanidade não tenha Deus presente em seus corações. É como o frio que surge quando não há calor, ou a escuridão que acontece quando não há luz.
 
cara escritora a crininalidade so nao e igual em numeros para ambos os sexo que assim como na crostrucao civil e um serviso pesado e as mulheres ainda nao se adaptaram a isso mas a mulher e guereira e daqui a pouco vc vai ver vai ta tudo 50%
o texto ta um show!!!
 
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