UMA SÚPLICA AOS QUE AMAM ESSE PAÍS
NOTA:
Eu ia hoje postar um novo texto, mas devido a uma mensagem enviada por uma amiga e que muito me sensibilizou, resolvi suspender por alguns dias a publicação do mesmo.
Postarei na outra semana.
Republico então essa matéria, em solidariedade ao Sr. Carlos Terra, pai de Lucas Terra, estudante que foi queimado vivo no dia 21/03/2001, aos quatorze anos de idade.
Seu corpo foi carbonizado provavelmente no intuito de encobrir vestígios de violência sexual.
O Sr. Carlos Terra já gastou todos os seus recursos financeiros na busca desesperada de justiça. Percorreu Roma e Genebra, procurando auxílio em ONGs internacionais de direitos humanos. Esteve em Brasília procurando diretamente o Ministério da Justiça. E até agora o assassino anda livremente, beneficiando-se de uma justiça que caso lhe acometa (isso é apenas uma probabilidade) virá estupidamente tardia.
Sabe-se que os acusados eram (ou ainda são?) pastores da Igreja Universal.
Acredito que somente esse fato deveria ser suficiente para que o Sr. Lucas Terra perdesse a esperança.
Afinal, todos sabemos, que membros de tal ‘instituição religiosa’ vem há anos desafiando o artigo 171 do nosso código penal, que prevê pena de reclusão a quem “obter para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento.”
E nenhuma providência é tomada sobre tal acontecimento.
Ou vender curas milagrosas de doenças e passagens garantidas a reinos celestes ( entre outros 'artigos'), não devem ser vistos como infração a esse artigo?
Ah!
As forças ocultas.
Traiçoeiramente ocultas.
No entanto, dirijo-me agora a esse infeliz pai, saiba que inúmeras outras almas choram igualmente esse seu imenso pesar.
Creia-me.
Se possível for ao seu sofrimento, essas palavras aliviar.

Somente um beócio de carteirinha e tudo, pode propagar, como se bela e verdadeira fosse, palavras tão absurdas e totalmente desprovidas de sentido como as que compõem a sentença tão utilizada como recurso para desculpar o total descaso do nosso Poder Judiciário.
Eis a frase.”A justiça tarda, mas não falha”.
É necessário ser uma azêmola para aceitar e ainda difundir tal idéia.
Mas, vez em quando, diria até que com certa freqüência, a lemos ou escutamos nas matérias policiais da nossa imprensa ou proferidas por algum político ansioso por mostrar a eficácia de um poder inoperante.
E o pior é que o povão concorda.
Aplaude mesmo, na verdade.
Desculpo, no entanto, a ignorância ou a ingenuidade da grande maioria dos cidadãos desse país, mas não consigo ser complacente com repórteres que, acredita-se, tiveram uma formação superior adequada e que possuem o poder de influenciar diretamente a grande massa, transmitindo-lhes idéias e conceitos totalmente desavergonhados e prejudiciais.
“A justiça tarda, mas não falha”.
Uma das maiores imbecilidades dos tempos modernos, eu diria.
Espero com profunda força de sentimentos o banimento de tal sentença.
Digo mais.
Anseio que qualquer funcionário público, com seus salários pagos em dia pelos contribuintes, ao emitir tal pornofonia, possa inclusive ser imediatamente detido para responder a um inquérito que poderá sentenciá-lo.
Porque isso é vergonhoso, meu caro amigo.
A justiça não pode tardar.
Que valor pode haver numa justiça que chega quando muitas vezes uma das partes interessadas já até faleceu, tal é a demora?
Como pode um cidadão, que de alguma forma sofreu prejuízos, tenha que esperar algo em torno de vinte anos para adquirir o ressarcimento?
Nem na Idade Média acontecia tal barbaridade.
É preciso haver uma maior consciência.
É preciso cobrar, como patrões que somos desses inescrupulosos servidores públicos, que honrem seus salários.
Salários esses extremamente altos para a qualidade dos serviços que prestam.
Precisamos retirar esses elementos que estão infiltrados indignamente em nosso poder judiciário, através de cargos políticos.Totalmente incapazes ou até maliciosamente interessados em não oferecer recursos para uma melhor atuação de nossos magistrados.
É preciso rejeitar e condenar de todas as formas possíveis esse vulgar, brutal, humilhante, leviano e imoral pensamento “tarda, mas não falha”, que nos procuram incutir como se fosse um axioma e que só serve para disfarçar a ineficiência, estupidez e desonestidade dos que o propagam.
É preciso mudá-lo, caro leitor.
A sentença verdadeira é outra.E lhe convoco a usá-la a partir de hoje.
A JUSTIÇA FALHA QUANDO TARDA.
Sim, porque essa é a verdade.
A JUSTIÇA FALHA QUANDO TARDA.
Mais uma vez, meu amigo internauta, para ficar impregnado no seu íntimo com a mesma profundidade que devem possuir seus sentimentos mais nobres.
A JUSTIÇA FALHA QUANDO TARDA.
Nunca.Nunca mais repita ou aceite a sentença anterior.
Quem sabe assim possamos começar a desconfiar de algumas 'verdades' nas quais acreditamos.