SOMBRAS SOMENTE

24 outubro, 2006
  ...E GOSTARIA DE NÃO TER QUE TOCAR MAIS NESSE ASSUNTO

Tenho recebido alguns e-mails de leitores curiosos com a insinuação que ousei expor em um de meus textos (O MEU SER IMPERFEITO), e que igualmente se encontra em meu perfil no orkut, referindo-se ao caso da menina austríaca raptada alguns meses atrás.
Não é esse um assunto que me apraz comentar, mas uma resposta tornou-se necessária para acabar logo de vez com a questão.
Primeiro gostaria de esclarecer que em nenhum momento citei que a garota não foi raptada, mas sim que, talvez, não houvesse ocorrido um simples rapto.
Atente o leitor, então, que ao aplicar as palavras “simples rapto”, induzo a aceitar a idéia de que um rapto existiu, embora não da forma corriqueira nesse tipo de ilegalidade.
O vocábulo “simples” significa uma carência de ornatos, e o seu contrário, principalmente na minha utilização da palavra, equivale a não possuir desdobramentos, complexidades ou substâncias diferentes.
O rapto ocorreu e é um fato, porém, e novamente talvez, esteja acompanhado de outros elementos que não foram percebidos e, obviamente, expostos pelos meios de comunicação.
Lembro igualmente ao leitor que minhas informações sobre o crime foram todas obtidas através de noticiários de nossa imprensa.
Aviso também que não tenho formação alguma em Psicologia, embora possua uma obsessiva admiração por tal ciência.
Vamos lá, então.
“Uma garota austríaca seqüestrada e mantida em cativeiro por oito anos, consegue fugir”.
“Fim do mistério da menina desaparecida há oito anos atrás”.
“Seqüestrador comete suicídio”.
As manchetes eram mais ou menos essas.
Suficientes para um ligeiro incômodo.
Natascha Kampusch (esse é seu nome) tinha dez anos quando foi raptada, e conseguiu fugir aos dezoito.
Um seqüestro de duração tão longa já não é comum.
E como, nunca houve pedido de resgate, não havia motivação financeira.
Pelo tempo do seqüestro, isso é mais do que óbvio.
Pedofilia?
Humm...Não é fácil engolir essa idéia.
Se ela fugiu aos dezoito, deveria significar que ainda era molestada com essa idade, e provavelmente seria por mais anos até que o caso tivesse fim.
O que está um pouco em desacordo com o perfil de um pedófilo.
Isso não é aceitável facilmente.
A princípio a garota negou ter sofrido abusos, mas logo depois afirmou que tinha “contato sexual” (não esclarecido) com o seqüestrador.
Já se podia esperar.
Dois ou três dias depois, foi noticiado que a garota ficou sensibilizada pelo suicídio de seu algoz.
Entra em cena a Síndrome de Estocolmo.
Síndrome de Estocolmo é um estado psicológico desenvolvido “particularmente” por pessoas vítimas de seqüestro. A vítima é acometida por certo afeto pelo seu seqüestrador.
Uns dias depois o major-general de polícia Gerhard Lang, após investigações, concluiu que Priklopil (o nome do seqüestrador) não perseguia sistematicamente crianças.
Podia-se dizer que era um homem normal como qualquer outro.
Humm...
Logo em seguida informam que a garota encontrou-se brevemente com os pais, mas pediu para não ver os parentes novamente.
Estranho.
Depois de oito anos afastada do convívio familiar, não querer a aproximação dos pais?
A Psicologia pode explicar como perda de confiança nas pessoas que a “protegiam” antes da lamentável ocorrência.
A polícia informa que Natascha declarou que depois dos primeiros anos trancada no porão, passou a ter acesso a outras dependências da casa, inclusive ajudava Priklopil na manutenção do jardim.
Uma informação ainda mais incomodante.
Com elas já posso vislumbrar diversos quadros.
Alguns deles contam com a participação (embora absurda à primeira vista) de uma terceira personagem indiretamente envolvida.
Não vou descrevê-los por serem totalmente carentes de apoio para credibilidade.
Mas vamos juntos criar algumas indagações, sendo que responderemos as de menor complexidade, e deixemos as outras para reflexões diversas.
É possível que uma menina de dez anos deseje ser liberta (de alguma forma) de um convívio familiar que a sufoca e perturba?
Acredito que sim.
Crianças fugirem da casa dos pais, não é um fato tão anormal.
Contudo, talvez seja necessário que ela possua certa confiança em quem a vai manter.
Mas como ela ter essa confiança sem ainda conhecer tal pessoa?
Por que Natascha não quis muito contato com os pais depois de conseguir sua libertação?
Perda de confiança neles, como explica a Psicologia?
Por que, particularmente à mãe, ela ainda sustenta essa rejeição, mesmo sendo assistida por psicólogos especializados nesse tipo de tratamento?
Por que fugir aos dezoito anos, quando houve oportunidades diversas quando tinha idade inferior, como ela mesma informou?
A maioridade na Áustria é dezoito anos?
Por que não quer explicar os “contatos sexuais”?
O que leva um homem de perfil psicológico aparentemente normal (segundo investigações), a praticar tal crime?
Parece provável que um envolvimento anterior possa conduzir a isso, principalmente acreditando que existe conivência da vítima.
Por que então o suicídio?
Ora, a criança tem dez anos. Conivente ou não, o crime é de seqüestro, estupro e agravantes diversos.
Na Áustria, iria apodrecer na cadeia. Isso sem falar da possível utilização de sua pessoa para saciar os desejos dos outros detentos.
Vamos admitir que eu esteja fantasiando. Apenas uma mente que não tem mais nada com que se ocupar.
Vejamos agora então, as notícias dos últimos dias, obtidas através do UOL.
“Os detalhes do seqüestro da jovem Natascha continuam nebulosos”
“A polícia da Áustria admite estar investigando rumores de uma possível ligação da jovem com o seqüestrador”
“Testemunhas afirmam que a mãe de Natasha costumava freqüentar o mesmo bar de Priklopil”
“A revista alemã Stern, diz que Natasha teria sido molestada por Priklopil e outras pessoas, em um clube de sadomasoquismo”
“Circula a informação de que a jovem teria ido a uma estação de esqui, com Priklopil, no último mês de fevereiro”
“Natasha mostrou interesse em herdar a casa de seu seqüestrador”
Tudo boatos. É o que a polícia austríaca afirma ser.
Faz-me lembrar uma frase de Agatha Christie.
“Quando o povo diz que a vaca é malhada, alguma mancha ela tem”
Talvez minhas desconfianças estejam certas.
Talvez não.
 
Comments:
Você é extremamente perspicaz. Pena que não escreva na grande mídia. Ou talvez escreva, e use aqui como espaço para desabafo.
Vou ler sempre suas postagens.
Penso isso tb a respeito da menina, creio que havia laços afetivos entre ela e o seu algoz.
No entanto, mesmo que adultos estejam envolvidos, ela era uma menininha manipulada, e realmente sofreu da síndrome de Estocolmo. Ele, por sua vez, não era um "homem noraml", pois homens normais nao sentem atração física por crianças de 10 anos.
Um grande abraço.
 
Por estas e por outras que a História Humana é apenas uma farsa de Poder. Se te deixam pensar nela, a gente até consegue descrever um fato como ele realmente aconteceu. Mas aí, será que deixam publicar? Ah!... as versões oficiais ... e o tal: "deu no jornal"... tão chatas e ralas, quanto a espessura da folha impressa. Todas as suas questões aqui propostas têm relevantes chances de reescrever o caso.Se não contaram a real, o virtual repõe e vc faz disto nova realidade!
Parabéns
 
Para mim você é um otário que se acha alguma coisa. Quantos anos você tem, 12?
Com certeza você não tem formação psicológica ou psiquiátrica nenhuma. Bom, eu tenho então vou tentar explicar alguns fatos. Em primeiro lugar, é bom você saber que a maioria dos pedófilos são pessoas comuns. Muitos são casados e tem filhos.
Eu realmente não entendi o que você quis dizer com "Pedofilia?
Humm...Não é fácil engolir essa idéia.
Se ela fugiu aos dezoito, deveria significar que ainda era molestada com essa idade, e provavelmente seria por mais anos até que o caso tivesse fim".
Como assim? Eu já tive uma paciente que foi violentada pelo pai dos oito aos 22 anos de idade. Por quê ela não fugiu? Por quê ela não falou com ninguém ou procurou a polícia? O fato de o pai violentá-la na infância e depois de adulto o descaracteriza como pedófilo? O que você sabe sobre pedofilia, o que lê nos jornais? Estude, aprenda e depois comente, tá?! É mais complicado do que você pensa.
"A princípio a garota negou ter sofrido abusos, mas logo depois afirmou que tinha “contato sexual” (não esclarecido) com o seqüestrador.
Já se podia esperar". Outro comentário mal feito de sua parte. É mais comum do que você imagina a negação em relação aos abusos. Uma vítima de estupro contínuo pode inclusive vir a "esquecer" do fato ou lembrar como se o "contato sexual" fosse consensual. Você já ouviu falar em "falsas memórias"?
Quanto à menina não querer ver os pais é normal também. Ela sofreu um trauma e você é um idiota leigo que escreve merda em blog. O que mais me espanta são os comentários imbecis que deixam para você.
Conselho de amigo: leia antes de escrever qualquer bosta que a sua cabeça "perspicaz" imagina ser verdade. Não julgue os outros sem ter experiência tbm babacão.
 
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